Para este post trouxe um poema que gosto muito. É um dos meus favoritos, sem dúvidas. Eu o relaciono bastante com a ideia do amadurecimento de uma pessoa, as mudanças que o fato de crescer exercem em alguém. Falar sobre isso me deixa nostálgica e um tanto sufocada; se eu pudesse escolher, voltaria a ter 5 anos. Mas ficar velho faz parte, assim como aprender que o mundo não é um conto de fadas e que nossos pais precisam de nós da mesma maneira que precisamos deles. Assim como entender que nada acontece de graça e que nem todos os sorrisos são sinceros. Enfim, gosto muito dessa obra do digníssimo Carlos Drummond de Andrade.
O poema:
VERBO SER
Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer.
Linda obra, não é?
Adorei ótima história
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Olá! Este poema “Verbo Ser” do Carlos Drummond de Andrade, sabe me indicar de qual livro foi retirado?
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Bom dia, Vanelise!
“Verbo Ser” é um poema do livro “Boitempo II – Menino antigo”.
Abraços!
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