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Um dos livros mais tristes do mundo se chama Vozes de Tchernóbil

O acidente nuclear de Chernobyl ceifou a vida de muitas pessoas na época, mas continua impactando as famílias. O livro Vozes de Tchérnobil mostra muito mais do que os livros didáticos e as mídias contam.

Olá! Nesta indicação de leitura devo expor todos os meus mais sinceros sentimentos. O título do post não mente e realmente afirmo que o livro Vozes de Tchernóbil é um dos livros mais tristes que eu já li – talvez, o mais triste.

“O que eu posso dizer? A coisa mais justa no mundo é a morte. Ninguém ainda pôde evitá-la. A terra dá abrigo a todos: aos bons, aos maus e aos pecadores. Não há maior justiça neste mundo” – trecho pertencendo do relato de Zinaida Kovaliénka, residente de uma área proibida (radioativa).

Eu o conheci devido a uma matéria a qual estava cursando no semestre passado – 2018/01-  que pedia aos alunos uma apresentação sobre algum livro que fosse voltado para o Jornalismo – meu curso. Desde quando lançou no Brasil, Vozes de Tchernóbil me chamou a atenção porque sempre fui muito curiosa em relação ao acidente que ocorreu em 1986. E com a obra, a qual foi escrita por Svetlana Aleksiévitch, pude saber e descobrir muito mais sobre o caso.

“Por que viemos para cá? Para Tchernóbil? Porque daqui já não vão nos expulsar. Dessa terra, não. Porque já não é terra de ninguém. Deus a tomou. As pessoas a abandonaram.” Vozes de Tchernóbil pg. 91.

O livro conta histórias reais/relatos de pessoas que conviveram com o desastre e tiveram as vidas completamente mudadas depois do ocorrido. Para quem não sabe, o acidente foi uma explosão em um dos reatores da Usina Nuclear de Tchernobil, localizada na cidade de Pripyat, na Ucrânia. Com isso, radiação foi espalhada por toda a região, matando várias pessoas e adoecendo incontáveis outras.

“Em todos os lugares se falava da catástrofe: em casa, na escola, no ônibus, na rua. Comparavam com Hiroshima. Mas ninguém acreditava. Como se pode crer em algo que não se compreende?” – trecho pertencendo ao relato de Kátia P, que também sofreu com a tragédia.

Na obra de Svetlana, que trabalha com o jornalismo literário, muitas pessoas foram entrevistas e abriram os corações para o que aconteceu. O resultado final, das falas indo ao papel, é simplesmente e insuportavelmente triste. Eu chorei várias vezes enquanto lia os relatos. São histórias reais! São histórias que aconteceram e que muita gente não tem conhecimento.

Recomendo o livro para quem quer mergulhar nos sentimentos dolorosos da humanidade, como os de lidar com a perda, doenças e falta e identidade. As pessoas que moravam perto da usina, as que não morreram, digo, carregam os males consigo. A radiação entra em contato e gruda feito chiclete. A hereditariedade também é afetada. É simplesmente um pesadelo para cada um que deixa os relatos com Svetlana.

Vale à pena ler. E sentir. É impossível não adquirir empatia por cada caso contado e não sofrer junto.

1 comentário

  1. Realmente é um livro poderoso.
    Assim como você, eu também me entreguei de corpo e alma aos relatos.
    Mais de uma vez ele conseguiu derramar minhas lágrimas.
    Livro excelente pra fazer nos sentirmos mais humanos.

    Parabéns pela resenha!

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