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Resenha: Magônia – Maria Dahvana Headley

Um livro cheio de fantasia e que é completamente encantador, com personagens bem construídas e um mundo criado especialmente para quem gosta de se aventurar na literatura fantástica.

Para quem é fã de fantasia, Magônia é uma ótima opção de leitura.

NOTA : 🍭🍭🍭🍭🍭

Sinopse

Aza Ray está se afogando no ar. Desde bebê, Aza sofria de uma misteriosa doença pulmonar que tornava cada vez mais difícil respirar, falar-viver. Então, quando Aza percebe um navio no céu, sua família agrava um efeito colateral cruel de sua medicação. Mas Aza não acha que isso é uma alucinação. Ela pode ouvir alguém no navio chamando seu nome.

Somente seu melhor amigo, Jason, escuta. Jason, que sempre esteve lá. Jason, para quem ela poderia ter sentimentos mais do que amigáveis. Mas antes de Aza poder considerar essa emocionante ideia, algo está muito errado. Aza está perdida em nosso mundo – e encontrada, por outro. Magônia.

Acima das nuvens, em uma terra de comércio de navios, Aza não é a coisa fraca e moribunda que ela era. Em Magônia, ela pode respirar pela primeira vez. Melhor, ela tem imenso poder – e enquanto ela navega sua nova vida, descobre que a guerra está chegando. Magônia e a Terra estão à cúspide de um cálculo. E nas mãos de Aza reside o destino de toda a humanidade – incluindo o menino que a ama. Onde estão suas lealdades?

Opinião

O que se destacou muito nesta obra foi a construção do mundo. O céu é cheio de barcos, animais, pássaros, piratas e até mesmo humanos, que no caso, são referidos como Sopros. O céu é um tipo de Terra. É a terra dos magonianos. E os magonianos são criaturas lindas. Metade humanos, metade pássaros…

Eles são dependentes da Terra para obter alimento, e assim, descem de seus navios para assaltar plantações daqui. Camuflam-se através de baleias-tempestades (sim, baleias no céu que impedem os humanos de verem os navios flutuando, baleias como se fossem nuvens enormes que escondem tudo) e roubam plantações porque em Magônia a comida não é farta. As estrelas cadentes são trocas de cartas em lanças de fogo dos magonianos, os pôr do sol dos humanos são funerais para magonianos…

Além do mundo, a trama e a escrita também são muito bem trabalhadas. A história é engraçada, triste, dá raiva. Ao ler Magônia, você vai ser perturbado por muitas emoções.

Personagens

Aza é a personagem principal. Ela consegue ser hilária, melancólica, fraca e corajosa, e como está escrito na sinopse, sofre de uma doença rara de pulmão. Essa é uma parte bastante dramática que Aza consegue transformar em descontração:

‘’Minha doença é tão rara que que foi chamada de Síndrome de Azaray. Por minha causa, Aza Ray Boyle.’’

‘’Gostaria de ter batizado minha doença eu mesma: a Idiota, ou talvez tivesse dado um nome feio, como Elmer ou Clive’’

Mas Aza também se mostra frágil por causa da doença:

‘’No meu coração, esse coração torto, parte amassado, que sempre tive, sinto uma coisa tonta e estranha.’’

‘’Estou tentando respirar, tentando ficar, mas não estou ficando.’’

Jason, que narra a história junto com Aza (sim, tem-se dois narradores), é um nerd, amigo de Aza. A amizade dos dois é uma graça! Dois nerds que se entendem e discutem sobre os assuntos, misturando-os com um monte de nerdices (com obras de autores e cientistas famosos, por exemplo). Um monte de livros são citados por Aza, como As Mil e Uma Noites e Mobdick. Ela também cita Audrey Hepburn. É legal essa convergência da nossa cultura dentro do universo literário criado.

Eles são amigos mas se sentem além disso:

‘’Fico esperando que Aza caia do céu nos meus braços. Sei que soo incrivelmente machista dizendo isso, mas fico imaginando pegá-la, como um bombeiro esperando do outro lado da janela.’’

O que se mostrou negativo nesse livro foi a ideia de eles, Aza e Jason, terem lembranças de momentos juntos quando tinham cinco anos de idade. A questão não são as histórias contadas em si, mas o detalhamento em tudo, e isso não é muito normal. A não ser que eles tenham uma memória dos deuses.

Tirando essa loucura de Aza e Jason terem longa memória, Magônia é um livro excelente. Além de contar uma história com aventura e romance, Headley explora o lado da falta de conscientização dos humanos em relação ao planeta Terra (tem toda a pegada ecológica); afinal, os magonianos também sofrem com o descaso que os humanos dão à Terra, pois com isso, eles não conseguem colher de forma cem por cento; as baleias-tempestade se machucam com a atmosfera ácida dos gases poluentes… Ou seja, o descaso com a Terra por parte dos humanos gera um reflexo negativo para os magonianos.

‘’Há tantas coisas terrivelmente erradas com o mundo lá embaixo; a forma com que rios mudam de cor, de azul para verde para marrom, a maneira com que a fumaça afeta as baleias-tempestade e as deixa doentes, e o modo com que Magônia passa fome, enquanto a Terra se alimenta.’’

Um personagem interessante que foi apresentado na história, é Dai, o tipo de criatura que irrita mas ao mesmo tempo encanta.

‘’Esse garoto, Dai, não é nada para mim. Basicamente, é um dos alunos da escola, vagando pelos corredores, não muito interessante. Mas, bem, exceto que não exatamente.’’

‘’— Afogada — fala, mas, pela primeira vez, é num tom de provocação.

— Exibicionista—devolvo.

— O que é isso?

— Uma pessoa que tem a necessidade compulsiva de mostrar aos outros o quanto é bonita.’’

Espero que você tenha se interessado pelo minúsculo resumo feito sobre Magônia, e assim, o leia! Quem gosta de fantasia não vai se arrepender.

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