Autores do BR #7
Considerada um dos nomes mais importantes para a literatura brasileira, Cecília Benevides de Carvalho Meireles contribuiu com a arte da escrita ao produzir obras que tinham forte temática voltada para o cunho social.
Breve biografia
Nascida no Rio de Janeiro, dia 7 de novembro de 1901, a menina se tornou órfã aos três anos de idade quando a mãe falecera, e foi criada pela avó em uma doutrina bastante religiosa. Na escola, ela sempre foi considerada uma ótima estudante, e chegou a receber uma premiação pelo bom desempenho escolar do poeta Olavo Bilac – que era inspetor do colégio que Cecília estudava, Estácio de Sá.
Na vida amorosa, a história da poetisa contou com duas figuras. Em 1922, ela se casou com o pintor Fernando Correa Dias, com quem teve três filhas. Fernando, infelizmente sofria com a depressão e em 1935 se suicidou. Em 1940, Cecília se casou com o engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo.
A carreira profissional de Meireles envolveu a educação, escrita, e também, a área do jornalismo. Além disso, o site da Global Editora, editora que publica o trabalho de Cecília com exclusividade, ainda afirmou que ela também era ensaísta, cronista, folclorista e tradutora. Ela fez textos para o jornal Diário de Notícias de temática voltada para os problemas existentes na educação.
Literatura
A paixão de Meireles pelas palavras se mostrou presente desde a época de criança, pois aos 9 anos, a menina já escrevia poemas, e jovem mesmo a garota deu rosto ao talento: aos 18, Cecília lançara a primeira obra, intitulada Espectros. Neste livro, são reunidos 17 sonetos com temas de cunho histórico e religioso.
Com os anos, Cecília produziu várias outras obras que ganharam notoriedade e foram traduzidas para outras línguas e musicalizadas por artistas. A considerada grande obra dela é o Romanceiro da Inconfidência, lançada em 1953. Nessa coletânea de poemas, Cecília fala sobre a história de Minas Gerais desde o século XVII e até o acontecimento da Inconfidência Mineira.
O trabalho de Cecília deu diversos prêmios à poetisa. O Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras, Prêmio Machado de Assis (1965) e Prêmio Jabuti de Tradução de Obra Literária são alguns deles.
Como finalização desta postagem, o blog deixa você com este belo poema:
Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje,
Assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face?
-Cecília Meireles
Se quiser ter uma experiência audiovisual com essa obra da grandiosa Cecília, assista ao vídeo abaixo: