A literatura possui diversas maneiras de expressão. Em algumas correntes, tem-se poemas com muitas rimas e palavras; mas isso não é regra. A arte literária passa por mudanças de acordo com o tempo e a cultura. Uma delas é o haikai, também chamado de haiku, surgida no Japão do século XVI. Com poemas diferentes, o haikai é objetivo, simples e busca fazer a arte com poucas palavras. Por meio dele, momentos podem ser registrados, principalmente aqueles relacionados às estações de ano.
De acordo com o site Japão Caçadores de Lendas, o haikai é baseado na filosofia budista, em que a simplicidade reina, e assim, essa arte procura expressar o máximo que o autor está sentindo só que com um número pequeno de palavras, que juntas sempre devem conter três linhas (no Japão, elas são juntas verticalmente, e quando traduzidas para o ocidente, ficam uma embaixo da outra). Além disso, tem-se uma regra: na primeira e última linha, as palavras devem totalizar um número de cinco sílabas, enquanto a segunda linha deve possuir sete sílabas.
Cada haikai deve conter um kigo, que é uma palavra associada as estações do ano. Para uma maior organização, tem-se um livro de kigos chamado saijiki, que deixam preparadas palavras relacionadas ao verão, outono, inverno e primavera. Para um maior entendimento e compreensão dessa necessidade prática do haikai, assista ao vídeo abaixo. Ele possui legendas em inglês:
Quem escreve Haikais são intitulados de “Haijin”. No Japão, os mais conhecidos por propagar essa arte são Matsuo Bashō, Kobayashi Issa, Masaoka Shiki e Buson. No Brasil, o Haikai também entrou para a literatura nacional. Essa arte japonesa saiu do oriente e pousou aqui no ocidente com a ajuda de Afrânio Peixoto, Paulo Leminski, Millôr Fernandes e Guilherme de Almeida. Peixoto foi o primeiro a mencionar o Haikai, em seu livro Trovas Populares Brasileiras, de 1919.
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