‘’— Que fofo — murmurou ela. — Traga flores da próxima vez. Não entende nada de sedução?
— Você está de sacanagem comigo.
Madeleine escancarou um sorriso.
— Ai, bem que eu queria.’’
Importante: esta resenha contém inúmeros spoilers. Se não gosta deles, é aconselhável não ler.
Primeiramente, o que tenho a dizer sobre o livro: a maravilhosa Marie Lu foi quem o escreveu, então é óbvio que seria ótimo. Sou uma grande fã dessa escritora pois seus personagens sempre têm personalidades distintas e suas histórias são contadas de forma clara e criativa. Com a obra Batman – Criaturas da Noite, não foi diferente.
Preciso deixar bem claro que não conheço o mundo de Batman e nem do universo da DC e Marvel. Resolvi ler tal livro por conta da autora, então, tudo o que vou considerar nesta resenha é de acordo com o livro da Marie Lu, e não com o famoso Bruce Wayne dos quadrinhos e filmes.
Sinopse
‘’As criaturas da noite estão caçando a elite de Gotham. Bruce Wayne é o seu novo alvo.
Bruce Wayne está prestes a completar 18 anos e herdar a fortuna de sua família, além do controle das indústrias Wayne. No entanto, no dia do seu aniversário, ele faz uma escolha impulsiva e é condenado a prestar serviço comunitário no Asilo Arkham, uma mescla de prisão e hospital psiquiátrico onde estão detidos os criminosos mais desequilibrados da cidade.
Lá ele conhece Madeleine, integrante das Criaturas da Noite, um grupo radical que deseja acabar com a elite de Gotham. Até então, a moça se recusava a confessar seus crimes ou informar à polícia os futuros ataques que planejavam, mas ela resolve se abrir para Bruce Wayne, dando início a um perigoso jogo de sedução e inteligência.
Será que o jovem Wayne vai conseguir convencê-la a revelar todos os seus segredos ou ela está apenas manipulando-o para arruinar Gotham? Enquanto o golpe final das Criaturas da Noite se aproxima, Bruce percebe que não é tão diferente de Madeleine. E, mesmo longe de se tornar o Cavaleiro das Trevas, precisará provar que está preparado para deter uma das maiores ameaças que Gotham já presenciou.’’
Considerações sobre a obra
No geral, a história é bastante clara e empolgante. A escrita é simples e também impactante. A obra possui ação, aventura e romance. Como falei no início, Marie Lu conta histórias de forma clara e criativa, e seus personagens são bastante icônicos. Afirmo isso levando em consideração as triologias Legend (Day e June) e Jovens de Elite (Adelina). Em Batman – Criaturas da Noite, Bruce Wayne se destacou, assim como Madeleine Wallace. Eles eram jovens, inteligentes, sofredores. Eram parecidos.
Gostei da interação entre os dois. Achei convincente e nada forçada, como é o costume de livros voltados para o público teen. Os diálogos entre eles não eram enrolados, e sim estimuladores para saber como o vínculo entre os dois os levaria.
Bruce é um jovem rico e bonito, porém, tais características não são usadas a favor dele, o que gostei muito — afinal, nesse livro, os mais avantajados financeiramente que são os alvos de bandidos. Por outro lado, Madeleine Wallace é bem esquisita, em um primeiro momento. Mas com as páginas você a conhece melhor e adquire empatia por ela (talvez). A achei muito parecida com June, ao ser tão superdotada e forte.
Os outros personagens também são bem escritos. Obviamente não tiveram tanto espaço para terem suas histórias expostas, mas as características entregues já os montou bem.
O que não gostei: a questão do clichê – protagonista bonzinho, inteligente e bastante responsável. São características repetitivas, além de fugir um pouco do real. Mas como é um livro, história fictícia, temos que seguir as ideias da autora. E eu confio em Marie Lu.
‘’Ainda assim, em algum lugar de seu inconsciente, ele sentia Madeleine ali. Morria de medo dela, e ao mesmo tempo estava louco para tê-las nos braços.’’
Romance: ele foi, sem dúvidas alguma, bastante importante para a obra. Deixou tudo mais leve e caloroso. Os diálogos entre Madeleine e Bruce foram ótimos!
E só para finalizar, deixo um trecho impactante e que me deixou triste:
‘’Não havia motivo algum para chorar, pensou Bruce enquanto fugia. Madeleine havia sido uma criminosa, ladra, fugitiva e mentirosa. Ele repetiu aquilo para si mesmo incontáveis vezes. Mesmo assim, ele chorou.’’